Presidente da Fenadepol, Tania Prado afirma que policiais federais estão insatisfeitos com corte de direitos e que PEC 32 cria um "fraco delegado trainee temporário"
POR PALOMA SAVEDRA
Publicado 07/04/2021 16:06 | Atualizado 07/04/2021 16:12
Após o novo diretor-geral da Polícia Federal, delegado Paulo Gustavo Maiurino, ser anunciado, integrantes da PF ressaltaram que o gestor assume a função em um momento de apreensão dos agentes. A reforma administrativa (PEC 32) – que alcança todo o funcionalismo público – é, hoje, a principal preocupação de delegados e demais policiais federais.
“O novo Diretor-Geral da PF terá sob seu comando uma instituição que acaba de completar 77 anos e seus pilares, que são seus servidores, estão indignados com o tratamento que o governo e o legislativo vem dando, com corte de direitos e ainda sob ameaça da reforma administrativa, que vulnerabiliza o funcionamento da PF ao extremo”, declarou à coluna a presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol), Tania Prado
A delegada afirmou que muitos agentes “tinham receio de leis que afetassem as investigações”. No entanto, apontou que a PEC 32 representa atualmente o maior risco para as funções exercidas na Polícia Federal.
“O verdadeiro risco está na proposta de criação de um fraco delegado trainee temporário e de flexibilização dos cargos de confiança para que qualquer pessoa de fora possa comandar diretorias, delegacias e superintendências da PF”, ressaltou
‘POLICIAIS SE SENTEM ABANDONADOS’
Mais cedo, Tania Prado e o presidente da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal (ADPF), Edvandir Paiva, emitiram nota conjunta desejando êxito ao novo diretor-geral da PF “na condução dos desafios em sua nova função”. No documento, os representantes da carreira manifestaram as insatisfações dos servidores e colocaram a Fenadepol e ADPF à disposição para ajudar no objetivo de proteger e fortalecer a instituição.
“As entidades desejam que sua gestão deixe também como legado uma efetiva atuação que consolide a valorização da instituição e de seus profissionais, que fazem da PF um órgão
de excelência reconhecido por todos. Paradoxalmente, tais servidores se sentem hoje abandonados pelo Governo Federal, em momento de emergência de saúde pública nacional, diante de reformas constitucionais que injustamente lhes retiram direitos e ameaçam a continuidade da Polícia Federal como órgão forte e capaz de executar suas funções constitucionais”, afirmaram.